martes, 4 de enero de 2011

Eu quero uma rotina!


Pouco a pouco vou refazendo minha rotina na cidade. Pelo menos a rotinas dos programas “extra-curriculares”. Me inscrevi em vários grupos que organizam saídas pra dançar diversos ritmos (principalmente tango e salsa), e assim já descolo um exercício noturno pra perder as gorduras acumuladas das festas de fim de ano. Fui ao segundo encontro semanal do couchsurfing, conheci mais gente, revi novas pessoas, já espalhei também que quero fazer mais atividades de montanha esse ano, e conheci os moderadores do grupo de montanhas. 

Já estou também dando uma olhadinha em quartos pra me mudar em fevereiro. Estou agora mesmo alugando o quarto do meu amigo colombiano (sim o da viagem pelo Vietnam, Laos e Camboja), que volta na metade do mês que vem. É super bem localizado, em Chueca, do lado da Gran Via, da Calle Fuencarral, é uma maravilha. Mas é carinho e, claro, não tem lugar pra mim. E depois que eu morei na Plaza de San Miguel pagando um valor razoável, eu fiquei viciada em morar no centro de Madrid.

É por os pés em uma cidade grande para os problemas começarem a querer dar o ar da sua graça. Coisas pra comprar, um lugar pra me empadronar (sendo que eu ainda não tenho um fixo) pra eu poder renovar o visto de residência, a busca de um trabalho e de um lar. Hoje pela primeira vez eu lembrei que, há menos de um mês, minha rotina não tinha preocupação alguma. A única preocupação era saber o horário do barco à próxima cidade, e a distância a pé à praia mais bonita do local. Onde eu pudesse simplesmente deitar e ler meu livro. Na hora eu estava me sentindo a mais desocupada, onde já se viu deitar na praia e ler, tipo assim, todos os dias, durante meses? Agora eu lembro da sensação boa de fazer isso, principalmente nessa época bem fria em Madrid. Engraçado....

Estou olhando a lista de coisas que preciso levar pra renovar meu visto de residência e trabalho e quando vejo que é preciso levar a cópia do passaporte até me dá uma tremedeira....como justificar que estive “borboleteando” pela Ásia, enquanto deveria estar aqui mandando currículos e fazendo entrevistas de trabalho? Segundo me disseram, eles nem querem saber sobre isso. Mas qué dá uma angústia dá. Eu sempre tenho essa angústia na hora da decisão, ou melhor, que decidam por mim se eu continuo em Madrid ou devo sair. Até agora, em 5 anos, eu sempre consegui ficar. O destino me faz ficar, e faz com que o sistema me aceite, me renove os papéis, me dê trabalho. Então é chegado o momento de mais um tempo de angústia. Mas segundo todos os meus amigos extrangeiros, não tem porque eles não aceitarem a minha documentação. E eu acredito muito nos meus amigos! :-)

lunes, 3 de enero de 2011

Madrid, no pude vivir sin tí!


Segunda-feira depois do Reveillón. Faz 13 dias que retornei a Madrid. De mais de 30 graus em Bali (Indonésia) pra algo perto de 3 graus, que se transformaram em menos 11 quando fomos passar o Natal em uma estação de esqui a 5 horas daqui (Formigal).

Sim, o blog da Ásia ficou meio abandonado. Mas eu explico: nessa viagem os meios de hospedagem não eram sempre os melhores. A maioria na Tailândia e Indonésia não tinha internet, e alguns tinham apenas 1 tomada pra ser dividida entre três pessoas em alguns casos...isso quando a tomada não estava com uma marca queimada na parede, daí então eu nem me atrevia a “enchufar” o meu computador lá. Tirando os dias de cansaso, a luz que não podia ser acesa pra não acordar os roomates, eu acabei aderindo ao diário a próprio punho no meu caderninho, pra depois ir atualizando as histórias pouco a pouco no blog.
Então agora ele ficará um pouco confuso, com histórias daqui misturado com histórias de lá, mas um índice resolverá toda a confusão, prometo!

O fato é que é ótimo voltar, e Madrid me fez ter vontade de escrever de novo :-)

Eu levo ainda muito da viagem comigo. Coisas bobas, mas por exemplo, quando fui atravessar a rua outro dia eu parei antes da faixa de segurança. E um carro parou também e ficou esperando eu passar. Claro, tinha me esquecido que aqui os carros param pra você, e não você pra eles...e no metrô outro dia entrou um gringo perdido com um mapa na mão, e, claro, veio até mim. Me perguntava como chegar a Tribunal. Abrimos os mapa, expliquei, e descobri que ele só tinha uma tarde na cidade, então já lhe fui contando o que ele podia ver, onde podia ir e que metrô tinha que pegar até o aeroporto. O meu inglês estava “tinindo” tanto que ele não acreditou quando eu disse que era brasileira. E uma coisa que eu ando tendo raiva de alguns gringos é que eles pensam que ninguém é capaz de aprender outro idioma. “Como você fala inglês tão bem?” me perguntam às vezes. “Eu estudei”, respondo eu. E eles continuam com cara de interrogação. Agora só eles é que têm o direito de falar inglês??? Eu hein...enfim, no fim ainda cumprimentei ele com um aperto de mão, desejei bom dia em Madrid e boa viagem de volta, e saí do metrô. E o rapaz ficou me olhando como se eu fosse um fantasminha camarada hehehe. É que em Madrid é tão complicado achar alguém que explique o mundo aos gringos perdidos, que quando aparece alguém, assim, do nada, eles custam a acreditar que Papai Noel existe...Mas como eu já me vi na situação dele e já fui ajudada por anjinhos em alguns lugares, não me custa dar de volta o que já recebi, né?

Enfim, Madrid. Quando finalmente pus os pés no centro (estou morando temporariamente em Chueca), minha primeira providência foi comer o croissant de chocolate do Isolèe com um bom café com leite. Eu fazia isso uma vez por semana quando trabalhava por aquela área. Divino. Segunda providência: ir até a estátua do Urso e o Madroño, em Sol, para rever os amigos do couchsurfing e tomar uma caña no Museu del Jamón. Checked! A última das primeiras providências veio ontem: depois de dar uma passada básica no mercado dominical do Rastro (pra comprar meias, cachecóis, essas coisas iguais de básicas), fui ao bar La Ideal e fiquei na fila pra comprar o meu sanduba preferido de Madrid: o bocadillo de calamares. É incrível como nos fins de semana as pessoas fazem fila (longa) pra um sanduíche, mas ele merece.

To de volta, Madrid! Que felicidade :-)